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FILOSOFIA

A Filosofia nasce na Grécia, em Mileto , cidade Jónica da Ásia Menor, hoje Turquia. A sua emergência resulta do facto dos primeiros pensadores sentirem necessidade de compreender e explicar a natureza (Physis) de modo racional.

FILOSOFIA

A Filosofia nasce na Grécia, em Mileto , cidade Jónica da Ásia Menor, hoje Turquia. A sua emergência resulta do facto dos primeiros pensadores sentirem necessidade de compreender e explicar a natureza (Physis) de modo racional.
22.10.15

Os vícios e as virtudes


António A. B. Pinela

Vale a pena estar atento ao discurso político mais veiculado, nestes dias que passam, por políticos e comentadores que foram seduzidos pela lógica aristotélica e alinhados com o seguinte silogismo clássico:

  • Quem governa a Europa são os “mercados” (isto é, a direita),
  • Portugal faz parte da Europa,
  • Logo, quem governa (deve governar) Portugal são os mercados (isto é, a direita).

Tão simples como isto. O que Aristóteles (filósofo grego) inventou! Eles que tanto criticam a Grécia!

Com algumas excepções, esquecendo o que anteriormente disseram: “cobras e lagartos” da anterior coligação PSD-CDS (2011-2015), hoje cantam loas à coligação Portugal à Frente (PàF) e às suas virtudes, e, ao mesmo tempo, diabolizam o Partido Socialista e um eventual governo das esquerdas (PS, BE, PCP), apontando os seus vícios. É o maniqueísmo neoliberal em acção. Do lado da Direita está o Bem, do lado da Esquerda, o Mal. O responsável disto foi Manes (Mani ou Maniqueu [216-277 d.C.]) fundador do maniqueísmo.

Dizem tais comentadores, muito bem posicionados, e a direita virtuosa, que um governo à esquerda é “contra natura”, o que é natural é um governo de direita. É interessante atermo-nos no pensamento desta direita política: 1) fazer um governo à esquerda é trair o voto do povo; 2) apoiar um governo de direita é um acto patriótico. Os primeiros são viciosos, os segundos, virtuosos. É assim que o neoliberalismo se vê: Uma casta sacerdotal, imbuída do espírito santo, capaz de trazer aos pobres o pão e vinho. E açoites.

Ocorre-me ainda sinalizar que da perigosa e viciosa extrema-esquerda vieram para o PSD figuras, como: Durão Barroso (MRPP); e da esquerda comunista, Zita Seabra (PCP). Provavelmente, uma imensidão de escreventes e comentadores desconhece esta realidade. Com diria o outro: é a vida!

Paulo Rangel, ilustre eurodeputado e comentador de televisão, faz, agora, apelo ao “socialistas de bom senso” para que se aproximem da PàF! Este, agora, está muito preocupado com PS, porque os apoios que está a receber do PCP e BE não são genuínos e o PS, coitado, não merece isso. Chego a comover-me com a preocupação de Paulo Rangel. De todo o modo, vai dizente o mui douto Rangel que considera o PS irresponsável e que António Costa quer ser primeiro-ministro à força, mesmo que tal signifique aliar-se a um Partido que defende a saída do euro. A esperança de Rangel, e ele é um homem de fé, é que “felizmente há muitos dirigentes socialistas que estão contra esta opção de sedução da esquerda radical” (Palavras ouvidas na TV e lidas na Net).

Durão Barroso, ex-militante do MRPP, que aliás, se deu muito bem no PSD; ex-presidente da Comissão Europeia, que foi distinguido, ontem (21.10.15), com o “Prémio de Mérito do Partido Popular Europeu (PPE), juntou-se aos direitistas da Europa no ataque a António Costa, classificando um governo de esquerda de “coligação negativa”, sublinhando que Portugal “não deve pôr em causa todos os sacrifício que foram feitos. Não deve brincar com o fogo”. Ele teve um pequeno lapso. Esqueceu-se de dizer que também contribuiu para tais sacrifícios dos portugueses, mas que ele não foi beliscado na sua carteira; os portugueses que sofreram as agruras do seu partido, sim, sofreram muitíssimo, mas isso para ele tem pouca ou nenhuma importância. O que importa são os “tachos” que se arranjam na Europa à custa dos portugueses, mas estes não esquecem os cortes nos salários e nas pensões, o brutal aumento de impostos, o aumento das taxas moderadoras, etc., etc., tudo o que o seu partido fez em prol da pobreza dos portugueses. Como posso acreditar nas palavras desta gente, que tão mal me tratou, e os restantes portugueses que vivem de baixos salários?

Enquanto tudo isto, Rajov, presidente do governo de Espanha está aflito com o que se passa em Portugal, não vá o PSOE aliar-se ao Podemos…

Por último, e não menos importante, o Sr. Pedro do Ó Ramos diz que o PS “optou por propor ao país uma coligação negativa, politicamente antidemocrática”, acrescentado que “a vida terá sempre surpresas, pena é que aquela que agora se nos depara passe por atentar contra os próprios fundamentos de 40 de regime democrático (Artigo de opinião, no DN, de 22.10.15). E eu acrescentarei, ajudando este senhor deputado do PSD, pena foi que, em 2011, o povo, desprevenido e de boa-fé, tivesse dado a maioria à coligação de direita. E foi o que foi. Foram postos em causa “os próprios fundamentos de 40 de regime democrático”.

António Pinela, Reflexão

 

11.10.15

Costa "será" preso por ter cão e preso não o ter


António A. B. Pinela

Na minha opinião, António Costa vive a sua pior situação política, desde sempre. Que deve fazer António Costa e o PS?

1. Um governo com o PCP e o BE, ou deixar que o PSD/CDS formem governo?

2. Se fizer um governo com o PCP / BE, quanto tempo irá durar este tipo de governo, uns meses (até ao Orçamento de Estado), um ano, dois… Luís fazenda em entrevista ao jornal Observador diz que o PS tem todas as condições para constituir governo, porque não lhe faltará apoio ao “Programa”, mas quanto ao Orçamento, diz: isso depois logo se vê! Mais ou menos isto vem dizendo o PCP… Não estou preocupado com o que pensam os eurocratas de Bruxelas e de Estrasburgo, se fosse escolhida esta opção; não tive participação eleitoral na escolha daqueles… O que me importa saber é se o meu país, com esta opção, teria uma governação estável.

3. Se o PS deixar que o PSD e CDS formem governo, como justifica António Costa e o PS o apoio, ainda que passivo, dado a um governo de continuidade, que empobreceu o país, maltratou toda a gente, cortou salários e pensões, pôs reformados da S. Social contra pensionistas da CGA, aumentou impostos como nunca se viu, pôs novos contras velhos, trabalhadores públicos contra trabalhadores privados, gestão privada contra gestão pública, privatizou quanto pôde, ordenou que os portugueses imigrassem, chamou piegas aos portugueses, etc. Seria cansativo, para o leitor, enumerar aqui as diabruras que Pedro e Paulo fizeram aos portugueses.

4. Há outras alternativas? Há.

4.1. A vinculação a um programa de governo, com políticas bem definidas e datas a quatro anos, com a aprovação dos Orçamentos de Estado pelo PCP e BE, com ou sem participação destes no governo. Mas aqui coloca-se um problema ao PCP e ao BE: E as manifestações de rua com a Intersindical a liderar os movimentos contra o governo, seriam apadrinhadas por estes partidos, com a sua participação à cabeça do pelotão, como tem sido habitual? Seria interessante. Por outro lado, não nos esqueçamos que na génese destes partidos está o confronto, a radicalização das suas propostas, a percepção de que eles e só eles são os legítimos herdeiros das lutas dos trabalhadores, outrora simbolizados pela “vanguarda da classe operária”.

4.2. O PS deixa passar, no Parlamento, o Programa de Governo do PSD / CDS, abstendo-se e, aquando do Orçamento, impõe as suas linhas vermelhas, sem as quais este documento não passará na Assembleia Da República. Quais são essas linhas? O Secretário-geral do PS reafirmou, na noite de 4 de Outubro, que continuará a lutar por:

a) Uma viragem da página na política de austeridade e na estratégia de empobrecimento, consagrando um novo modelo de desenvolvimento e uma nova estratégia de consolidação das finanças públicas; com base no crescimento e no emprego, no aumento do rendimento das famílias e na criação de condições para o investimento de empresas.

b) Defesa do Estado Social: segurança social, educação e saúde, e um combate activo à pobreza e às desigualdades sociais.

c) Relançamento do investimento na ciência e na inovação, na formação e na cultura.

e) Mudança da política de Portugal no seio da União Europeia, tendo em vista a adopção de uma estratégia de convergência entre Estados-membros.

Não está fácil a tarefa de António Costa. Com se tudo isto não fosse muito, dentro do próprio Partido o entendimento da situação não está claro quanto ao caminho a seguir. E que tal um referendo às base do Partido, que pode ser feito numa semana?

António Pinela, Reflexões.

05.10.15

Um dia depois


António A. B. Pinela

Tenho acompanhado, hoje, os comentários que se fazem por aqui na Net., claro está, relativamente às eleições de ontem. Dizem uns que o PS deve fazer acordos pontuais, de incidência Parlamentar, com o PSD/CDS, sem se envolver no governo, deste que este respeite aquelas balizas que António Costa lhes marcou ontem (síntese): terminar com a austeridade; promover o crescimento económico e o emprego; fortalecer o estado social.

Dizem outros que não. Costa deve fazer cair um governo da direita e assumir um governo de esquerda. Como A.C. não tem o número de deputados suficientes no Parlamento para sustentar tal governo, deve fazer um governo com o PCP e com o BE.

É aqui que as coisas também não são fáceis: Que propõem PCP e BE, já leram os seus programas? Simplesmente, que Portugal saia da NATO, da União Europeia e do Euro, e imponha a renegociação da dívida. Voltaríamos, então, ao escudo.

Pergunta de quem não é político profissional nem economista, e que tem muitas dúvidas: a quem nos iríamos aliar? Agradece-se os esclarecimentos possíveis.

António Pinela, Reflexões.

04.10.15

Cmtv ao ataque


António A. B. Pinela

A CMTV fez sentinela na rua Abade Faria, em frente ao número 33, à espera que o Eng. José Sócrates saísse de casa, para ir exercer o seu direito de voto, e lhe “arrancar” uma primeira declaração política, jurídica, sei lá, para, depois, durante todo o dia, e na semana seguinte, apregoarem: “fomos os primeiros a conseguir uma declaração, em primeira mão, do Sócrates” (é assim que eles o tratam).

INGÉNUOS! Então, depois de tanto o perseguirem, de o julgarem e condenarem (com folhetins diários no CM e na sua TV), achavam mesmo que José Sócrates lhes iria dar esse privilégio! Santa ignorância! Que grandes jornalistas!

José Sócrates fez o que achou que devia: uma curta mas explicativa declaração para toda a comunicação social, depois de ter cumprido o acto livre de votar.

Nota final: A CMTV acompanhou J.S. desde casa à secção de voto e desta a casa. Quase que impediam o eleitor de se deslocar. É este o conceito de liberdade deste meio de “informação”: A CMTV tem todos os direitos, sob a capa “do direito à informação e à liberdade de imprensa!”; os outros não: têm apenas a liberdade que eles, no seu douto juízo, entendem. Assim vai algum “jornalismo” em Portugal.

António Pinela, Reflexões.