Pós-verdade 1
Que é a “pós-verdade”?
De quando-em-quando emergem por aí uns “criadores neológicos”, que grafam a negação neológica. Refiro-me, obviamente, à criação da expressão «pós-verdade»!
Do ponto de vista de quem emprega este termo, quererá dizer, provavelmente, “a sua verdade”, aquela que, do ponto de vista lógico, não convém a mais ninguém, nem à própria verdade.
Do ponto de vista filosófico, a «pós-verdade» é, já o sabemos, uma não verdade; ou como mais directamente diz o povo: é uma mentira pura-e-dura. Com efeito, já diziam os filósofos antigos: «o que é, é; o que não é, não é», não há uma terceira possibilidade, que esta sim, parece ser a “pós-verdade” de alguns “neo-pensadores”.
É legítima e útil a criação de neologismos, mas desde que estes tenham algum sentido, pois só assim o falante que comunica se faz entender pelos outros. E é bom não esquecer que quem comunica só passa a existir, como comunicador, depois de ser compreendido pelo outro… Ou não é assim?
António Pinela, Reflexões.